Em primeiro
lugar, lembramos que no Brasil a carga de impostos é extremamente pesada sobre
os combustíveis. No caso da gasolina, os tributos estaduais e federais
representam cerca de 45% do valor final da venda.
O aumento de impostos
promovidos pelo governo federal (PIS/Cofins) no segundo semestre de 2017 gerou
outro reflexo na carga tributária: aumento do ICMS. Este imposto estadual, cuja
alíquota é de 29% no Paraná no caso da gasolina, é aplicado sobre o preço médio
de venda nos postos de cada estado brasileiro.
Como ocorreu uma elevação
do preço médio da gasolina, impulsionado pela expressiva alta das alíquotas
federais do PIS/Cofins - que mais que dobraram de valor - e pelos seguidos
aumentos nas refinarias promovidos pela Petrobras, o ICMS consequentemente teve
elevação.
O mercado é regido pela livre concorrência e, deste modo, uma
vez que as distribuidoras repassem aumentos de impostos, cabe a cada posto
repassar ou não. De maneira geral, as distribuidoras têm repassado de imediato,
e diante disso os postos tem dificuldades em absorver novas elevações de
impostos.
Petrobras
A nova política
de preços da Petrobras, adotada a partir de 3 de julho de 2017, é outra
agravante. Desde então, a estatal adotou uma nova prática, com alterações quase
diárias nos preços nas refinarias. Entre altas e baixas, a somatória foi de
grande alta.
A companhia estatal também não
contribuiu para um debate transparente ao mudar a forma de divulgação das
alterações de preços na refinarias. A partir de 19 de fevereiro de 2018, passou
a divulgar valores e não porcentagens, como anteriormente. Ocorre que os preços
apresentados não consideram os impostos (federais e estaduais) que são cobrados
diretamente nas refinarias.